Pinturas efetuadas de forma espontânea. Têm um caráter vivo e dinâmico. Imagem de justfantasybijuteria.blogspot.pt |
Tenho efetuado trabalhos de pintura através de vários métodos: pintura por camadas, com um esboço prévio, de acordo com uma ideia; pintura de uma só camada, utilizando pincel ou espátula, com um modelo ou imagem; pintura espontânea. Na pintura espontânea, apesar de poder existir uma ideia prévia, essa ideia não é seguida rigidamente, pois a pintura vai fluindo de acordo com os vários pensamentos e sentimentos que vão surgindo e de acordo com os traços e cores, que, sem necessidade de pensar muito, se acrescentam. O resultado da pintura espontânea, na minha opinião, torna-se muito mais vivo, dinâmico. Talvez seja assim, porque o processo é, ele próprio, vivo e dinâmico, imprevisível. A pintura elaborada desta forma pode, ainda, ser uma surpresa agradável para o próprio pintor.
A pintura de observação efetuada num único momento, numa só camada, sem um esboço prévio, pode resultar mais viva do que uma pintura com esboço prévio e por camadas, que vem acompanhada da preocupação de colocar a tinta, as cores, no respetivo lugar, obtendo uma certa rigidez. Não é que não goste do resultado final da pintura por camadas, também gosto, mas perde-se algo da vivacidade, incluindo na cor. A questão é que os trabalhos efetuados dessa forma exigem realmente muita técnica, muitas horas de prática. Exigem um esforço, que tem o seu valor, embora pareça mais fácil o desapontamento do pintor com o resultado final.
Pode ser que o trabalho espontâneo seja um verdadeiro exercício de liberdade, com um resultado bastante criativo. Neste caso, não se tenta ser criativo, está-se a ser criativo em cada linha, forma, traço, cor, textura. Há, simplesmente, uma expressão livre da própria subjetividade. A ideia é esta, até que ponto a criatividade e a espontaneidade estarão relacionadas?